Os pedidos divórcios ocorreram em menor número no Amazonas no período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. Entre abril e junho do ano passado, 162 casais decidiram pela separação oficial. No mesmo período de 2020, foram 106. Considerando os registros de divórcio até agosto, 394 casais se separam , segundo a Anoreg-AM (Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas).
Em maio, a Corregedoria Nacional de Justiça regulamentou o uso dos cartórios de forma on-line, pela plataforma e-Notariado, para oficializar divórcios. A partir da implantação do serviço, a Anoreg registrou um aumento nos meses de junho e julho deste ano. Foram 136 casais que se separaram, enquanto que em 2019 foram 96.
As ocorrências nesse período coincidem com o retorno das atividades econômicas no estado, quando houve relaxamento das regras de distanciamento.
Os dados da Anoreg divergem dos indicadores do Colégio Notarial do Brasil, que também contabiliza as ações dos cartórios. No período de pico da pandemia no Amazonas, o Colégio Notarial registrou aumento de 133% de divórcios no Amazonas. No Piauí, 122%; Pernambuco, 80%; Maranhão, 79%; Acre, 71%; Rio de Janeiro, 55%; e Bahia, 50%. Segundo o levantamento do Colégio, apenas três unidades federativas não viram crescimento neste período: Amapá, Mato Grosso e Rondônia.
“Os casais interessados em fazer pedidos de divórcio ou separação podem solicitar o serviço pela internet. Hoje em dia, os processos são eletrônicos, então, é possível que o divórcio seja feito remotamente, havendo até a possibilidade de realização de audiência por videoconferência”, explica a advogada Debora Ghelman.
Influência dos amigos
O estudo “Romper é difícil, a menos que todos os outros também estejam fazendo isso” realizado por pesquisadores das universidades Harvard, Brown e San Diego, nos Estados Unidos, comprovou que homens e mulheres têm 75% mais chances de se divorciar quando algum amigo próximo toma essa decisão. Quando se tem vários amigos separados, essa chance sobe para 147%.
Quando este tipo de situação ocorre dentro da própria família, as chances de terminar um casamento são de 22% se o seu irmão é divorciado. Se um amigo de um amigo se separa, as chances de se divorciar aumentam 33% e, para colegas de trabalho, esse número cresce para 50%, revela o estudo.
A pesquisa envolveu as relações de 12 mil pessoas que viviam na cidade de Framingham, na Nova Inglaterra. O efeito dominó é chamado pelos pesquisadores de “agrupamento de divórcios”.
“Quando isso acontece, as pessoas começam a olhar para suas próprias vidas e passam a avaliar seus próprios problemas conjugais que muitas vezes incluem brigas, traições, ciúmes, monotonia, falta de interesse sexual, entre outras questões”, diz Debora Ghelman.
Fonte: O Atual Amazonas
